CRONOLOGIA
5.nov.2015
Maior tragédia ambiental
A barragem de Fundão, em Mariana (MG), se rompe, provocando um tsunami de lama que percorreu 650 km pelo rio Doce até chegar ao oceano. Vilas inteiras ficaram destruídas, e 19 pessoas morreram. A estrutura era operada pela Samarco, empresa de mineração da Vale e da BHP Billiton
2.mar.2016
Plano de reparação
O governo federal, os Estados de MG e ES, a Samarco e outras 11 entidades assinam o Termo de Transação de Ajustamento de Conduta (TTAC), que define as ações a serem tomadas para reparar os danos causados
30.jun.2016
Criação de fundação
Nasce a Fundação Renova, criada pela Samarco para implementar e coordenar os 42 programas sociais e ambientais definidos pelo TTAC. A instituição é privada, sem fins lucrativos, tem parcerias com mais de mil empresas e institutos e atua de forma independente à mineradora
nov.2016
Denúncia na Justiça
Após término das investigações da Polícia Federal e da Polícia Civil de MG, Justiça aceita denúncia contra 21 pessoas e contra a Samarco, a Vale e a BHP. Os processos ainda estão em andamento
jul.2017
Situação da Samarco
Parada desde a tragédia, a empresa aguarda duas licenças ambientais para retomar atividades. Uma depende de 5 cidades onde atua; a outra permite a construção de um sistema para que 60% da mineração seja retomada. Até agora, o Ibama aplicou multas que totalizam
R$ 346 milhões à Samarco, além de autuações diárias
O PLANO DE REPARO
As ações da Samarco têm quatro eixos principais; os projetos de cada área podem ser vistos abaixo
1. Contenção de rejeitos
Diques foram construídos e reforçados; um plano de controle e retirada da lama ainda está em fase inicial
2. Reconstrução de vilarejos
Três distritos atingidos estão sendo reerguidos; famílias ainda vivem em moradias temporárias
3. Recuperação do meio ambiente
Apenas 2% da recuperação de áreas verdes foi concluída, e 10% das nascentes e 73% das margens foram recuperadas
4. Indenização dos afetados
Metade dos atingidos recebeu auxílio emergencial, mas não foram definidos valores finais por danos permanentes
Gastos em ações de reparo
Bancados pela Vale
e BHP Billiton
R$ 4,9 bilhões
Previstos
até 2018
R$ 2,1 bilhões
Em 2016
A ÁREA MAIS AFETADA
Rejeitos, em milhões de m³
Liberados na tragédia
Remanescentes em Fundão
32,2
12,9
Três diques já existentes na barragem de Germano (Selinha, Sela e Tulipa) foram reforçados
Antônio
Pereira
Reserv. Germano
Um novo dique, Eixo 1, está em construção
Reserv.
Fundão
5 diques
foram
construídos
Nova Bento Rodrigues
Antiga
Bento
Rodrigues
O projeto da nova Bento Rodrigues foi concluído, e a terraplanagem deve começar no 2º semestre. Depois, serão feitas a abertura de vias e a instalação de esgoto e iluminação. A construção de casas começará em 2018
Habitantes: 600
Famílias atingidas: 226
Prazo final previsto: mar.2019
A compra do terreno para a nova Paracatu de Baixo foi negociada, e plano urbanístico está sendo discutido pelos moradores
Habitantes: 250
Famílias atingidas: 103
Paracatu
de Baixo
Pedras
A compra do terreno escolhido pela comunidade para a nova Gesteira ainda está sendo negociada
Famílias atingidas: 20
Gesteira
Barra Longa
600 m
Esta seria o tamanho do Parque Iburapuera, em São Paulo, na escala do mapa acima
Antiga Bento
Comunidade vai definir o que fazer com o local; cerca de 2.300 objetos de valor histórico foram resgatados, como peças sacras
Tipo: Rural, sem planejamento
Classificação: Subdistrito de Santa Rita Durão, em Mariana
Distância de Mariana: 23 km
Área: 54 hectares; plana
Nova Bento
Em geral, o tamanho original dos lotes e o desenho da vizinhança antiga serão preservados, com ampliação de calçadas e ruas
Tipo: Urbana
Classificação: Distrito de Mariana
Distância de Mariana: 8 km
Área: 374 hectares (66 de área construída); inclinada
TRAJETO COMPLETO DA LAMA
Samarco está trabalhando na recuperação de nascentes na região, ao longo dos 615 km que a lama percorreu da barragem de Fundão até o mar. A proteção é feita por meio de produtores rurais, que recebem ajuda financeira, orientação técnica e material para cercar as áreas com estacas, arames e grampos
Proteção de nascentes
511 nascentes
já protegidas
Plano de proteger 5.000 nascentes até 2025
Nascentes já protegidas
(localizadas geografica-
mente no mapa)
Afluentes da bacia do Rio Doce
Governador
Valadares
ES
MG
Ipatinga
Total de nascentes que serão
protegidas em cada município
Suaçuí
1.428
São José
1.010
Caratinga
562
Santo Antônio
471
Manhuaçu
459
Piranga
403
Baixo Guandu
270
Santa Maria
224
Piracicaba
83
RECUPERAÇÃO DE RIOS
E REVEGETAÇÃO
Estão sendo feitas ao longo de
toda a área mais atingida
Recuperação de rios e margens
Área já reabilitada
14,6 km2
Planejado até 2020
20 km2
Recuperação de áreas verdes
Planejado até 2026
420 km2
Feito emergencialmente
8 km2
Técnicas que estão sendo usadas para melhorar as condições do solo
Encostas prejudicadas pela lama carregada pelo rio são corrigidas
Pedras são colocadas em pontos onde a velocidade da água é alta, para absorver o impacto nos barrancos
Biomantas protegem o solo da erosão superficial e retêm a umidade
Cilindros de fibras vegetais reduzem a velocidade da chuva que chega às encostas e protegem contra a erosão
Gramíneas e leguminosas, de rápido crescimento, são plantadas; depois, passa-se às espécies nativas
Fotos Divulgação/Fundação Renova
Jan.2017
Abr.2017
Trecho do rio Gualaxo do Norte
INDENIZAÇÕES
R$ 29 milhões
foi o total pago pela Samarco
Destes,
R$ 4 milhões
foram destinados às famílias dos mortos na tragédia até agora
IMPACTADOS PELA TRAGÉDIA
Total*
Receberam auxílio emergencial
Receberam indenização por danos gerais**
16.000
8.100
748
FICARAM SEM ÁGUA
Total
Já indenizados
150 mil
50 mil
VALORES POR PESSOA
Por falta de água:
cerca de R$ 1.000
Por danos gerais (perda de renda e bens materiais):
de R$ 10 mil a R$ 20 mil para quem perdeu imóvel; comerciantes, pescadores e outros tipos de atingidos receberam outros valores
Auxílio emergencial (fonte de renda interrompida):
um salário mínimo, mais 20% para cada dependente e uma cesta básica
OPINIÕES DIVERGENTES
Grupos ambientais e atingidos discordam da Samarco e dizem que ações não estão sendo suficientes para reverter a tragédia
Fundação Renova
Adrea Azevedo, uma das coordenadoras do grupo em Mariana
“A bacia do rio Doce vai ficar bem melhor do que era antes, em termos de uso do solo, qualidade da água e quantidade de peixes. Antes da tragédia, ela já estava num nível de degradação muito grande, com apenas 5% de Mata Atlântica remanescentes”
Movimento dos Atingidos
por Barragens
Letícia Oliveira
“Há uma insatisfação dos atingidos com o que vem sendo feito. As ações de reparação andam devagar e são diferentes das que eles gostariam. As obras nos assentamentos não começaram, e eles estão em casas temporárias. As indenizações também não condizem com as perdas”
Ibama
Relatório de mai.2017 (vistoria feita em nov.2016)
“Não havia na ocasião qualquer tipo de intervenção em 49% dos locais onde são necessárias ações de conservação do solo. [...] As ações adotadas ainda se mostram insuficientes para garantir a plena contenção do rejeito”
Greenpeace Brasil
Fabiane Alves, coordenadora da campanha de água
“Muito pouco foi feito. Há apenas uma vegetação para conter superficialmente as encostas, mas os assoreamentos dos rios continuam. Muitos atingidos ainda não são considerados impactados, como pescadores que tinham outra fonte de renda”
CRONOLOGIA
image_social
30.jun.2016
5.nov.2015
2.mar.2016
nov.2016
jul.2017
Criação de fundação
Nasce a Fundação Renova, criada pela Samarco para implementar e coordenar os 42 programas sociais e ambientais definidos pelo TTAC. A instituição é privada, sem fins lucrativos, tem parcerias com mais de mil empresas e institutos e atua de forma independente à mineradora
Situação da Samarco
Parada desde a tragédia, a empresa aguarda duas licenças ambientais para retomar atividades. Uma depende de 5 cidades onde atua; a outra permite a construção de um sistema para que 60% da mineração seja retomada. Até agora, o Ibama aplicou multas que totalizam
R$ 346 milhões à Samarco, além de autuações diárias
Denúncia na Justiça
Após término das investigações da Polícia Federal e da Polícia Civil de MG, Justiça aceita denúncia contra 21 pessoas e contra a Samarco, a Vale e a BHP. Os processos ainda estão em andamento
Maior tragédia ambiental
A barragem de Fundão, em Mariana (MG), se rompe, provocando um tsunami de lama que percorreu 650 km pelo rio Doce até chegar ao oceano. Vilas inteiras ficaram destruídas, e 19 pessoas morreram. A estrutura era operada pela Samarco, empresa de mineração da Vale e da BHP Billiton
Plano de reparação
O governo federal, os Estados de MG e ES, a Samarco e outras 11 entidades assinam o Termo de Transação de Ajustamento de Conduta (TTAC), que define as ações a serem tomadas para reparar os danos causados
O PLANO DE REPARO
As ações da Samarco têm quatro eixos principais; os projetos de cada área podem ser vistos abaixo
1. Contenção de rejeitos
Diques foram construídos e reforçados; um plano de controle e retirada da lama ainda está em fase inicial
2. Reconstrução de
vilarejos
Três distritos atingidos estão sendo reerguidos; famílias ainda vivem em moradias temporárias
3. Recuperação do
meio ambiente
Apenas 2% da recuperação de áreas verdes foi concluída, e 10% das nascentes e 73% das margens foram recuperadas
4. Indenização dos
afetados
Metade dos atingidos recebeu auxílio emergencial, mas não foram definidos valores finais por danos permanentes
Gastos em ações de reparo
Bancados pela Vale
e BHP Billiton
R$ 4,9 bi
Previstos
até 2018
TRAJETO COMPLETO DA LAMA
Samarco está trabalhando na recuperação de nascentes na região, ao longo dos 650 km que a lama percorreu da barragem de Fundão até o mar. A proteção é feita por meio de produtores rurais, que recebem ajuda financeira, orientação técnica e material para cercar as áreas com estacas, arames e grampos
R$ 2,1 bi
Em 2016
OUTRAS AÇÕES AMBIENTAIS E SOCIAIS EM ANDAMENTO
- Investimento em saneamento e erradicação
de lixões (serão gastos R$ 500 milhões em
39 municípios)
- Tratamento e distribuição de água
- Proteção de povos indígenas e quilombolas
- Incentivo ao turismo, cultura e educação ambiental
- Proteção de animais
- Reuniões com pescadores
- Estudo sobre a condição dos peixes da bacia
- Avaliação de 300 propriedades rurais atingidas para que possam retomar as atividades
Proteção de nascentes
Plano prevê proteger 5.000 até 2026
511 nascentes
já protegidas
1.428 SUAÇUÍ
Total de nascentes que serão protegidas em cada município
(agrupadas e localizadas na região aproximada)
Nascentes já protegidas
(localizadas geograficamente no mapa)
Afluentes da bacia do Rio Doce
GOVERNADOR
VALADARES
MG
471 SANTO ANTÔNIO
ES
652 CARATINGA
1.010 SÃO JOSÉ
459 MANHUAÇU
224 SANTA MARIA
83 PIRACICABA
270 BAIXO GUANDU
Usina
Risoleta
Neves
10 km
403 PIRANGA
Santa Cruz
do Escalvado
MARIANA
A ÁREA MAIS AFETADA
Esta seria o tamanho do Parque Iburapuera, em São Paulo, na escala do mapa abaixo
Rejeitos, em milhões de m³
Liberados na tragédia
Remanescentes em Fundão
32,2
12,9
Antônio
Pereira
Reserv. Germano
Três diques já existentes na barragem de Germano (Selinha, Sela e Tulipa) foram reforçados
Ouro Preto
Um novo dique, Eixo 1, está em construção
Reserv.
Fundão
Mariana
5 diques
foram
construídos
Nova Bento Rodrigues
Antiga
Bento
Rodrigues
Foram removidos 872 mil m³ de lama das regiões de Barra Longa e Santa Cruz do Escalvado e da Usina Hidrelétrica Risoleta Neves
O projeto da nova Bento Rodrigues foi concluído, e a terraplanagem deve começar no 2º semestre. Depois, serão feitas a abertura de vias e a instalação de esgoto e iluminação. A construção de casas começará em 2018
Habitantes: 600
Famílias atingidas: 226
Prazo final previsto: mar.2019
A compra do terreno para a nova Paracatu de Baixo foi negociada, e plano urbanístico está sendo discutido pelos moradores
Habitantes: 250
Famílias atingidas: 103
Antiga Bento
Comunidade vai definir o que fazer com o local; cerca de 2.300 objetos de valor histórico foram resgatados, como peças sacras
Tipo: Rural, sem planejamento
Classificação: Subdistrito de Santa Rita Durão, em Mariana
Distância de Mariana: 23 km
Área: 54 hectares; plana
Nova Bento
Em geral, o tamanho original dos lotes e o desenho da vizinhança antiga serão preservados, com ampliação de calçadas e ruas
Tipo: Urbana
Classificação: Distrito de Mariana
Distância de Mariana: 8 km
Área: 374 hectares (66 de área construída); inclinada
Paracatu
de Baixo
Pedras
A compra do terreno escolhido pela comunidade para a nova Gesteira ainda está sendo negociada
Famílias atingidas: 20
Gesteira
Barra Longa
600 m
RECUPERAÇÃO DE RIOS E REVEGETAÇÃO
Estão sendo feitas ao longo de toda a área mais atingida
Recuperação de rios e margens
Área já reabilitada
14,6 km2
Planejado até 2020
20 km2
Recuperação de áreas verdes
Feito emergencialmente
8 km2
Planejado até 2026
420 km2
Técnicas que estão sendo usadas para melhorar as condições do solo
Biomantas protegem o solo da erosão superficial e retêm a umidade
Encostas prejudicadas pela lama carregada pelo rio são corrigidas
Pedras são colocadas em pontos onde a velocidade da água é alta, para absorver o impacto nos barrancos
Cilindros de fibras vegetais reduzem a velocidade da chuva que chega às encostas e protegem contra a erosão
Gramíneas e leguminosas, de rápido crescimento, são plantadas; depois, passa-se às espécies nativas
Fotos Divulgação/Fundação Renova
Jan.2017
Abr.2017
Trecho do rio Gualaxo do Norte
OPINIÕES DIVERGENTES
Grupos ambientais e atingidos discordam da Samarco e dizem que ações não estão sendo suficientes para reverter a tragédia
INDENIZAÇÕES
R$ 29 milhões
foi o total pago pela Samarco
Fundação Renova
Adrea Azevedo, uma das coordenadoras do grupo em Mariana
“A bacia do rio Doce vai ficar bem melhor do que era antes, em termos de uso do solo, qualidade da água e quantidade de peixes. Antes da tragédia, ela já estava num nível de degradação muito grande, com apenas 5% de Mata Atlântica remanescentes”
Destes,
R$ 4 milhões
foram destinados às famílias dos mortos na tragédia até agora
IMPACTADOS PELA TRAGÉDIA
Total*
Receberam auxílio emergencial
Receberam indenização por danos gerais**
16.000
8.100
748
Movimento dos Atingidos por Barragens
Letícia Oliveira
“Há uma insatisfação dos atingidos com o que vem sendo feito. As ações de reparação andam devagar e são diferentes das que eles gostariam. As obras nos assentamentos não começaram, e eles estão em casas temporárias. As indenizações também não condizem com as perdas”
FICARAM SEM ÁGUA
Total
Já indenizados
150 mil
50 mil
Ibama
Relatório de mai.2017 (vistoria feita em nov.2016)
“Não havia na ocasião qualquer tipo de intervenção em 49% dos locais onde são necessárias ações de conservação do solo. [...] As ações adotadas ainda se mostram insuficientes para garantir a plena contenção do rejeito”
VALORES POR PESSOA
Por falta de água:
cerca de R$ 1.000
Por danos gerais (perda de renda e bens materiais):
de R$ 10 mil a R$ 20 mil para quem perdeu imóvel; comerciantes, pescadores e outros tipos de atingidos receberam outros valores
Greenpeace Brasil
Fabiane Alves, coordenadora da campanha de água
“Muito pouco foi feito. Há apenas uma vegetação para conter superficialmente as encostas, mas os assoreamentos dos rios continuam. Muitos atingidos ainda não são considerados impactados, como pescadores que tinham outra fonte de renda”
Auxílio emergencial (fonte de renda interrompida):
um salário mínimo, mais 20% para cada dependente e uma cesta básica